Por: Eliane Alabe Deblauw*
Estão se armando de drogas e medicamentos para competirem nas corridas sexuais.
Nesta corrida, eles estão preocupados em manobrar as dificuldades emocionais e sexuais, a insegurança e a timidez e, impressionar a parceira com a performance sexual.
Os jovens quase como os super-heróis de revistas em quadrinhos, filmes e desenhos animados, ou dos comerciais de achocolatados, querem ser dotados de energia e força, para competirem na conquista de garotas. Colecionam garotas e querem satisfaze-las compulsiva e intermitentemente.
Estes jovens avaliam sua virilidade pela quantidade de mulheres e de relações sexuais que sao capazes de realizar. Uma grande responsabilidade que abala a autoconfiança do próprio desempenho sexual, tornando-se dependentes de drogas e medicamentos contra-indicados, que estão no mercado sendo facilmente adquiridos, para facilitar a ereção e para mantê-la por mais tempo.
Atualmente os medicamentos: o Viagra, da Pfizer, o Cialis, da Lilly, o Levitra, da Bayer/GlaxoSmithKline, e o Uprima da Abbott, indicados para a disfunção erétil, apresentam eficácia de até 70% dos casos, variando de acordo com o paciente e com a origem do problema.
Disfunção erétil é a falta de capacidade do homem ter e manter uma ereção peniana adequada na relação sexual, por causas psicológicas, orgânicas ou hormonais.
O problema psicológico é o mais comum e atinge também os mais jovens. Já o orgânico é causado por doenças crônicas, como hipertensão, obesidade, diabetes, dentre outras. O hormonal ocorre em pessoas com queda da testosterona diminuindo o desejo sexual.
Daí a necessidade de se fazer uma avaliação médica e psicológica para determinar a causa da dificuldade de ereção e o uso destes medicamentos, pois alguns cuidados devem ser tomados.
“Esses medicamentos para ereção não podem ser utilizados com derivados de nitratos, drogas usadas para dilatar a artéria coronária ou melhorar o fluxo coronariano. A associação pode causar queda de pressão arterial, causando uma isquemia da coronária e até podendo causar infarto, afirma o médico Dr. Fonseca, que é chefe do serviço de urologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás”.
Estes jovens que não sofrem de disfunção erétil e se automedicam, na realidade, estão buscando alternativas para apoiarem-se psicologicamente, pois são muito inseguros, tímidos, negativistas e com baixa auto-estima, são incapazes de enfrentarem uma situação difícil ou uma frustração.
Com a dependência do medicamento, eles mascaram as próprias dificuldades para tolerar e enfrentar a grande pressão social e sexual que sofrem para manter e aparentar virilidade.
É uma competição desgastante, que começa com a disputa no mercado de trabalho para ocupar uma posição profissional, de destaque e privilegiada e, de conquistar uma garota.
Hoje, as mulheres estão mais exigentes no sexo e nos relacionamentos; os rapazes precisam impressionar mais com sua performance; a principio como galanteador e sedutor e depois no desempenho sexual na cama. Todo esse quadro gera muita angustia, ansiedade e medo. Estes jovens precisam de orientação e tratamento psicoterápico. De acordo com a Dra. Carmita Abdo da Faculdade de Medicina da USP, Hospital das Clinicas, os jovens saudáveis, sem problemas de ereção não tem benefícios nenhum com esse tipo de medicamento, a não ser pela dependência psicológica. O efeito positivo com o uso dos medicamentos é muito mais psicológico do que pela ação efetiva da droga, diz o urologista Dr. João Afif.
A dependência destes medicamentos agrava ainda mais os problemas emocionais, levando-os a desenvolver reais disfunções sexuais, interferindo nos relacionamentos, no trabalho e na qualidade de vida.
*Eliane Alabe Deblauw, atualmente vive na California e trabalha em Coalition for Family Harmony – uma organizacao sem fins lucrativos que atende vitimas de violencia domestica e abuso sexual, e familias em divorcio; Ela e Psicologa Clinica com Master in Clinical Psychology – Marital Family Therapy at California Lutheran University – California, USA; Especializacao em Mediacao de Familia em Divorcio; Life Ontological Coaching from Newfield Network, Denver- Colorado; Terapeuta de EMDR para vitimas de trauma e Estress Pos-Traumatico; Psicodramatista, e Sexologa;
website: www.venturalifeimprovementcenter.com
e-mail – [email protected]