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Comportamento
11 de agosto de 2005

Muito Loucas !

admin angústia, ansiedade, coragem, depressão, dupla jornada, feminismo, intuição Comments are off

Por: Isabel Fomm Vasconcellos*

As mulheres, por séculos e séculos, foram consideradas seres frágeis, emocionais, inferiores ao homem, incapazes de raciocínio lógico. Até a década de 1960, inclusive, diante das dificuldades cotidianas, a reação de muitas era simplesmente desmaiar. Não é difícil perceber que nós próprias, por muito tempo, acabamos por acreditar nessa fragilidade, nessa fraqueza, nessa inferioridade que o mundo machista nos impôs.

Interessante é notar que, ao longo da história da humanidade, encontramos milhares de exemplos de mulheres que desmentem esse estereótipo de fraqueza. E a mulher de hoje, então! Trabalha, estuda, muitas são os chefes de suas famílias, matam um leão por dia e ainda encontram tempo para fazer as unhas!

O professor Dr. Joel Rennó Jr. é phd em psiquiatria e coordenador do Projeto de Atenção À Saúde da Mulher do Instituto de Psiquiatria da USP. Ele chama atenção para dados interessantes. Dentre os transtornos de ansiedade, a predominância é de pacientes do sexo feminino. Veja os dados do Dr. Joel:

– ansiedade generalizada: 3,5% nos homens; 7% nas mulheres

– síndrome do pânico: 2,5% nos homens; 5% nas mulheres

– estresse pós-traumático: 5% nos homens, 10,4% nas mulheres

– fobia social: 11% nos  homens, 15% nas mulheres

– fobias (medos diversos: de avião, de barata, etc.): 6% nos homens, 15% nas mulheres.

E a depressão (doença) também é prevalente nos sexo feminino, de 60 a 40.

Dr. Joel explica que muito dessa diferença se deve à dança dos hormônios no corpo feminino. Na menstruação. Na menopausa. A dança hormonal feminina, o preço que pagamos pela capacidade de gerar filhos, tem direta influência sobre o cérebro, sobre os níveis de serotonina e dopamina, sobre a química cerebral.

Mas não é só esta a causa. A causa dos transtornos de humor é multifatorial. Mulheres infelizes no casamento, diz uma recente pesquisa da Universidade de Yale, ficam mais doentes do que as felizes.

Depende das condições de vida, das circunstâncias, de como se lida com os sentimentos e com as emoções.

Nós mulheres estamos vivendo, na minha maneira de ver, o mais difícil momento histórico de nossas vidas. O verdadeiro feminismo, as mulheres seriamente organizadas politicamente, conquistaram para nós, em passado recente, todos os direitos que temos hoje na sociedade e que, por séculos, não tivemos. Desde o simples e básico direito de votar até o direito ao prazer e à independência econômica.

Mas estamos sentadas entre duas cadeiras. Por um lado, fomos para o mundo produtivo, o mundo dos homens e, para nos adaptarmos a esse mundo, nos tornamos um pouco como eles, adotamos o valores profissionais deles, nos tornamos agressivas e competitivas e lutamos com as armas deles (que são armas testoterônicas, de conquista, de vale-tudo) para  conseguir o mesmo sucesso profissional que eles.  Por outro lado, relutamos em abrir mão de nosso papel de rainhas do lar, das únicas responsáveis pelas coisas (mil coisas!) do universo doméstico. Resultado: dupla jornada de trabalho, falta de tempo, ansiedade, angústia. Não é de se admirar que sejamos as maiores vítimas dos transtornos do humor.

Está na hora de nós, mulheres, começarmos a pensar em levar para o mundo masculino, e testoterônico, um grande balde de estrogênio e progesterona. Está na hora de questionarmos a forma masculina de levar o mundo produtivo, profissional e político. Está na hora de nos impormos, como femininas, à ordem masculina do mundo.

A natureza e a cultura femininas ficaram, por séculos e séculos, fora do mundo produtivo, profissional e político. É hora de nos re-transformarmos em mulheres no trabalho e na política. Este é o caminho de um neo-feminismo. De uma nova mulher. Mais centrada. Mais equilibrada. Mais feliz. Um caminho que pode, sim, contribuir para relações sociais mais felizes e para uma maior paz no mundo.

Podemos fazer isso. Com a nossa força. Com a nossa coragem. Com a nossa visão feminina, intuitiva, construtiva, da vida. Afinal, nós sempre fomos muito loucas!

 

* Isabel Fomm Vasconcellos é escritora e apresentadora de TV.
Na Band, é colunista do Otávio Mesquita, com o quadro Só Sexo.
Na allTV produz e apresenta o programa Só Saúde.

www.isabelvasconcellos.com.br

 

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Flavia Hesse é inspiradora digital, terapeuta floral, publisher e advogada

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