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16 de novembro de 2000

O trabalho do fonoaudiólogo com pacientes pós-AVC: um breve relato sobre o cérebro

Por: Carla Nechar de Queiroz*

Agora, depois de tratarmos por tanto tempo das crianças, vamos tratar daqueles pacientes da 3a idade, mais especificamente daqueles que sofreram um AVC ou acidente vascular cerebral. Em termos mais simples, os derrames. Muitos de nós conhecemos alguém que tenha um parente que tenha tido um derrame e que muitas vezes ficou com um lado do corpo paralisada e , às vezes, perdeu a habilidade de falar. É aí que o fonoaudiólogo surge, para tentar melhorar a capacidade deste paciente no que se refere à comunicação.

Para conseguirmos compreender a complexidade do problema, vamos começar com uma descrição bastante simplificada do cérebro, órgão afetado pelo AVC. O cérebro de que falamos aqui é simplesmente a massa que temos dentro da nossa cabeça. Ele é dividido em duas metades a esquerda e a direita chamadas de hemisférios. Há uma comunicação entre os hemisférios que é feita através de um feixe de fibras nervosas chamadas coletivamente de corpo caloso. Não está totalmente claro até hoje como exatamente o cérebro consegue fazer tudo o que ele faz de uma maneira coordenada e ao mesmo tempo. O cérebro é responsável por nos mantermos sentados enquanto dirigimos. Ao mesmo tempo que estamos sentados dirigindo, temos que prestar atenção nos outros carros, conversar com a pessoa que senta-se ao nosso lado, mudar a marcha, acelerar e olhar nos espelhos antes de mudar de pista e sempre, não se esqueçam, usar a seta. É o cérebro, em sua maneira misteriosa de funcionar, que faz com que você consiga fazer tudo isso. Não apenas no que se refere ao saber como dirigir mas a memória, atenção, planejamento por exemplo. Você tem que se lembrar como se faz para dirigir e quais são os movimentos em sequência que devem ser feitos. Tem que planejar o caminho pois se tiver que pegar a próxima saída à direita não deve ficar na pista da esquerda. Tem que fazer cálculos de distância, velocidade e aceleração para que consiga parar o carro de uma maneira suave sem que as pessoas sejam jogadas pelo vidro e para não subir na calçada quando estiver manobrando.

Cada um dos dois hemisférios do cérebro parece ter uma afinidade maior por “guardar” certos tipos de informação. O hemisfério direito parece ser aquele responsável por perceber espaços e localizações, reage à musica, trabalha com imagens, processa vários tipos de informação ao mesmo tempo, é global e controla os movimentos do lado esquerdo do corpo. O hemisfério esquerdo por sua vez parece ser o da razão, o da análise, de cálculo matemático, responsável pelo controle da fala, da leitura e escrita, e controla os movimentos do lado direito do corpo.

Não existe um hemisfério que seja melhor que o outro pois ambos são complementares e, apesar dessa separação didática que fazemos para tentar explicar melhor o que acontece, o cérebro é tão agitado como a nossa Marginal , em São Paulo, com carros indo e vindo o tempo todo. Ou seja, acredito que a separação funcional dos hemisférios seja apenas no que se refere ao tipo de informação preferencial de cada um mas que, uma vez que tenha que realmente funcionar, ambos os hemisférios comunicam-se maravilhosamente bem, cada um oferecendo a sua parte da informação necessária para completar a tarefa, seja ela um movimento simples( como estender o braço) ou uma tarefa complexa (como analisar dados em uma tabela e tirar deles conclusões), por exemplo.

Cada vez mais a tecnologia permite-nos observar um pouco melhor o cérebro. Antigamente as descobertas eram feitas à partir das lesões. A Segunda Guerra Mundial foi um laboratório muito rico para os cientistas que estudavam o funcionamento cerebral. Ou seja, os primeiros estudos eram comparativos: o que o normal faz que este não faz? E, este não tem esta parte do cérebro, será que esta função estava localizada aqui? Então, os cientistas punham-se a comparar os indivíduos com os mais variados e os mais semelhantes problemas para chegarem às suas conclusões. Hoje em dia, a quantidade do nosso conhecimento não evoluiu na mesma proporção da evolução tecnológica, que nos permite observar, por exemplo, o fluxo de sangue nas regiões do cérebro enquanto a pessoa lê uma palavra, ou movimenta os dedos de uma mão. Mas, mesmo asim, será que eu posso afirmar que aquela àrea ali, que tem mais sangue do que as outras, é a responsável pelo movimento dos dedos? Talvez, aquela àrea seja a responsável pelo pensamento criativo: a pessoa deitada movimentando os dedos, esteja desenvolvendo um slogan para a sua mais nova campanha publicitária.

Apesar deste ser um assunto bastante complicado e complexo, é esta parte do nosso corpo, o cérebro, que é afetada na ocasião de um derrame. Qual parte fica afetada? Como a ausência desta área vai se manifestar no comportamento desta pessoa? Trataremos disso da próxima vez.
* Carla Nechar de Queiroz é Fonoaudióloga chefe do Serviço de Fonoaudiologia da SPO
Formada pela EPM (atual UNIFESP) – Mestrado na Illionois State University – CRFa. 5263

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Flavia Hesse é inspiradora digital, terapeuta floral, publisher e advogada

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