Por: Aline Granja*
Nunca engoli aquela história de que as tais “mentes criativas” são destinadas apenas aos gênios. Acredito que a criatividade é algo inerente ao ser humano. Qualquer pessoa pode criar, basta estar conectado com a sua verdade. É dessa verdade pessoal que vem a inspiração. Pra mim, ela veio num pensamento que parecia aleatório, mas que eu topei!
A inspiração foi produzir uma Mandala por dia durante 30 dias seguidos. Pode parecer estanho, mas para mim, que não sou profissional da área de desenho ou artes plásticas, completar essa meta foi um grande desafio. Neste artigo, eu conto as 7 Coisas Sobre Criatividade que Aprendi com as Mandalas.
Quando me auto desafiei a produzir as Mandalas, eu não tinha ideia de onde isso ia dar! Queria provar a mim mesma que poderia me dedicar àquela arte durante um período definido, por prazer e satisfação.
E lá fui eu! Todas as manhãs a minha rotina era dedicar 1 hora para produzir uma mandala. Minha surpresa foi ter tido vários insights sobre o que é ser criativo. Seguem abaixo 7 Coisas Sobre Criatividade que Aprendi com as Mandalas.
- Estar no momento presente
Com tantas tarefas a executar no dia a dia, agenda lotada e metas a cumprir, a armadilha mais comum da atualidade é não estar no momento presente. Isso acontece quando você está fazendo algo e ao mesmo tempo já está pensando na próxima tarefa.
Sem estar totalmente presente no que faz, a vida vai perdendo o gosto. Nada é experimentado na totalidade. Nesse ritmo acelerado, a tendência é tudo ficar “pelas beiradas”, “pelas bordas”, sem nunca haver espaço para um mergulho profundo.
Quando eu produzi as Mandalas, isso ficou claro para mim. Nos dias em que eu não estava com a atenção 100% voltada para a Mandala, mas somente rabiscando o papel enquanto me preocupava em dar um telefonema ou realizar outras tarefas do dia, tudo emperrava.
O desenho no papel virava um borrão. Eu derramava tinta, riscava onde não queria ter riscado e acabava por perder a ideia do que estava fazendo.
Por outro lado, quando me concentrava em fazer “apenas” a Mandala durante os 60 minutos, a coisa fluía melhor e sem esforço.
- Dedicar-se sem se preocupar com os frutos
Afinal, de onde vem a inspiração? Nas primeiras Mandalas que fiz, não consultei nenhuma referência externa. A ideia era exatamente conversar com a folha de papel, lápis coloridos e tintas sem uma influência a mais.
Queria ver o que saía. O objetivo não era (nunca foi, aliás) fazer as Mandalas mais perfeitas do universo.
Eu apenas queria colocar no papel um pouco do que existe dentro de mim. Queria enxergar meu interior, dar forma a ele, fazê-lo vir à tona.
“O trabalho humano e criativo é uma dádiva para o mundo e para todos que o habitam. Dê-nos o que você possui”, diz o escritor Steven Pressfield em seu livro “A Guerra da Arte”.
E assim aconteceu. Era olhar para o papel e começar os traços, não havia regra nem objetivo. Era ir fluindo. Eu deixava chegar o que tivesse de chegar. No final, tinha sempre uma surpresa.
Bom ou ruim?
Às vezes saía um desenho estranhíssimo. Em outras, vezes algo melhor do que eu poderia supor. O importante era que eu havia identificado algo meu em todas as Mandalas. Bonitas ou feias, são criações pessoais, autorais.
Em outras vezes, pesquisei o trabalho de artistas maravilhosos que produzem cada Mandala de tirar o fôlego! Olhando aquelas referências, uma mais linda do que a outra, fui me inspirando. Assim, consegui acrescentar nas minhas Mandalas outros formatos e variar os modelos.
Muitas vezes, as Mandalas acabaram sendo uma junção de partes do que outras pessoas já haviam criado. Foi como pegar vários pedaços diferentes, de fontes distintas e reorganizá-los com um olhar pessoal. Uma fusão de universos.
Essa é mais uma das 7 Coisas Sobre Criatividade que Aprendi com as Mandalas.
- Organização não é tudo, mas ajuda muito!
Sempre achei que organizar as coisas poderia bloquear a criatividade. Acreditava que a tal da “livre criação” ficaria ofendida com “cada coisa em seu lugar”.
As Mandalas me ensinaram que eu estava errada. Me propus a produzir Mandalas durante 30 dias e tinha que fazer isso num horário bem definido para não emparelhar com outras atividades do dia. O jeito foi organizar bem.
Reuni todos os materiais de desenho numa caixa só (lápis de cor, canetas coloridas, folhas de papel, tintas, pincéis, régua, tesoura e etc) e reservei um espaço do meu quarto só pra isso.
Ao final da produção de cada mandala, eu arrumava todos os materiais em cada caixinha, guardava tudo e deixava o local organizado para o dia seguinte.
Esse foi um cuidado simples que me ajudou muito na hora de colocar a mão na massa. Saber que já estava tudo à mão me esperando quando ia iniciar a atividade, fez a disposição até aumentar.
Fica mais fácil encontrar a criatividade com o ambiente livre de bagunça!
- A sincronicidade vem para quem permite
Como eu já contei, foram 30 dias produzindo 1 Mandala por dia, sem ter um tema específico. Faltando exatamente 12 dias para terminar o desafio, me veio à mente a pergunta: “Por que não fazer uma Mandala para cada um dos 12 signos?”.
Pra mim, que amo astrologia, aquilo deveria ter sido pensado desde o início. Mas não foi. Por mais óbvia que a ideia possa parecer, ela só surgiu faltando exatos 12 dias para o final da prática.
E assim eu fiz, uma Mandala para cada signo, de Áries a Peixes. Postei no meu Instagram e foi lindo ver os comentários das pessoas sobre as Mandalas dos seus signos.
Essa sincronicidade me fez produzir algo que tocou as pessoas, de forma tão simples que poderia ter passado batida por mim. Mas não passou.
É nessas pequenas conexões que alguns chamam de “acaso” que tudo vai se alinhavando para chegar a algo maior. Só é preciso ter o cuidado de observar.
- Um dia é da criatividade, outro da persistência
Não! Eu não senti uma mega vontade de produzir as Mandalas em todos os 30 dias do desafio. Houve dias em que eu não estava a fim. E tudo bem. É assim mesmo!
Teve outros dias em que eu queria muito desenhar uma Mandala como se dependesse daquilo para respirar. E assim foi…
Alguns momentos foram de grande impulso criativo vindo à tona. Em outros, a criatividade tinha feito as malas rumo ao Japão e sem passagem de volta.
Nos dias em que ela esteve fora, o jeito foi contar com a persistência e me dedicar dobrado. A continuidade no que você se propõe a fazer é fundamental para que a coisa, de fato, aconteça.
Não importa se bateu aquela preguiça ou desânimo. É nessa hora que você deve focar sua mente no momento presente e fazer o que precisa ser feito. Com criatividade ou não, você pode realizar o que quiser.
Não dependa da criatividade para continuar a criar.
- A vida é renovável
Eu produzi as Mandalas em papel sulfite. O primeiro passo era desenhá-las a lápis. O desenho aparecia aos poucos naquele retângulo branco.
Conforme eu sentia necessidade, apagava alguns traços e riscava novos. A borracha estava bem ali, nas minhas mãos. Era apagar e recriar.
Assim como na vida, num desenho feito à mão não há jeito de acertar de primeira. É possível refazer, tentar de novo e usar as ferramentas disponíveis de uma outra forma. Até chegar num resultado mais interessante. Ou mais condizente com a parte do caminho em que se está.
O caminhar da vida é assim: iniciar, estabilizar e mudar.
O zodíaco também funciona dessa forma, com a sequência dos 12 signos e seus ritmos: Cardinal, Fixo e Mutável. Áries inicia, Touro estabiliza e Gêmeos muda. Depois Câncer inicia, Leão estabiliza e Virgem muda. E assim em adiante.
Enquanto você estiver vivo, há tempo para a renovação. Pegue a borracha, dissolva aquela situação que não serve mais, inicie uma nova fase e depois foque em estabilizá-la.
- É você quem coloca (ou não) o limite
Ok. Você já iniciou seu processo criativo, encontrou inspiração, continuou focado e está fluindo com um rio. Como saber a hora de parar? Como saber se já é o suficiente?
Defini 60 minutos por dia para produzir cada Mandala. Havia dias em que eu poderia ficar o dobro ou o triplo do tempo, tamanha era a inspiração. Mas procurei me manter fiel a esta única regra que determinei para esse desafio.
O limite é sempre você quem coloca.
A criatividade é como o fio de um novelo infinito. Quanto mais você puxa, mais ela se apresenta a sua frente e mais ela vai estar pronta a te inspirar.
Essas são as 7 Coisas Sobre Criatividade que Aprendi com as Mandalas nesses 30 dias de prática. Confesso que foi transformador! E você, como exercita a sua criatividade? Compartilhe suas experiências criativas nos comentários aqui do blog. Vou amar saber como isso funciona pra você! E não se esqueça de se inscrever na minha lista de emails para ficar por dentro das novidades do Infinita Órbita 😉
*Aline Granja é jornalista, escritora e astróloga. Criadora do blog infinitaorbita.com.br ([email protected])