Por: Isabel Fomm Vasconcellos*
Preste atenção. Eles estão em todas as redes sociais, mas povoam mesmo, em larga escala o Facebook e o Skype. Têm todos as mesmas características. Os nomes são frequentemente estrangeiros, como Jean Cartwright, ou, em alguns casos, hibridos, por exemplo: William Summer de Oliveira, ou Richard dos Santos. Comum também os títulos, como Coronel ou Major.
As fotos parecem todas fakes e/ou excessivamente posadas, produzidas. Não é nunca uma foto comum, dessas de selfie ou com a luz meio errada, não: são todas muito bem iluminadas, muito bem enquadradas, coisa de profissional. Muitas vezes, nas fotos, eles estão de uniforme.
Ou seja: decoraram o manual das fantasias sexuais femininas, sabem que elas preferem os másculos, os com cara hollywoodiana, os de uniforme militar, do bombeiro ao de alta patente da marinha ou aeronáutica.
Mas… será que é isso mesmo que elas preferem?
Não sei, não. Porém, é o que eles acreditam que elas prefiram.
Bem, o público-alvo desse tipo de gigolô é a mulher de meia-idade até a idosa, de preferência bem solitária e rica. Como eles sabem? É fácil. Basta examinar os perfis no Facebook ou no Google e até mesmo no Twitter. Se a fulana em questão demonstra sinais de riqueza, não é casada, não está em nenhum “relacionamento sério”, ela serve. Aí o cara ataca, pedindo amizade na rede social.
Puxa – pensam as “Alvos” – aí está um sujeito interessante, bonitão, estrangeiro… e aceitam o contato. Logo ele está derramando sobre ela as palavras e as ideias mais românticas e humanitárias, bem do jeito que nós, mulheres, a-do-ra-mos! E está lançada a armadilha.
Depois que ele sentir que ela está totalmente na dele, começa o muro de lamentações. Por exemplo:
– ele tem um filha, do primeiro casamento, em coma há anos, no hospital e gasta uma fortuna mensal para manter a pobrezinha;
– ele quer vir para o Brasil conhecer essa mulher maravilhosa (você, trouxa, que entrou na dele), mas, no momento, não tem dinheiro suficiente para pagar a viagem; – ele acaba de descer no aeroporto internacional do Galeão e a conexão dele para a sua cidade só acontecerá daqui a quatro horas mas, que coisa!, ele resolveu tomar um café, na hora de pagar colocou distraidamente a carteira no bolso de fora da jaqueta, veio um gatuno e…pimba! Ele ficou só com uns trocados que estavam no bolso da camisa.
Em todos esses e em outros exemplos mirabolantes que a imaginação fértil dos marginais é capaz de inventar, o resultado será que você entrará imediatamente no seu banco na Internet e mandará uma boa grana para ele e… adivinhou? No dia seguinte o perfil dele terá desaparecido de todas as redes sociais e você nunca mais ouvirá falar no homem que começou a amar virtualmente.
Fique esperta.
Foto: simon stratford l Freeimages.com