Por: Francis Hesse*
Em tempos de crise o número de demissões aumenta bastante.
Independente do nível salarial, cargo ou função, ser demitida nunca é algo fácil para se lidar, ainda mais agora, que a previsão de recuperação da economia brasileira é só para 2017. A dúvida de como ficam as finanças é o que deixa muitas pessoas aflitas.
Não vou abordar aqui as questões das leis e obrigações trabalhistas e sim o impacto que uma demissão pode causar às suas finanças, sua família e seu dia a dia.
Caso isto aconteça com você ou alguém de sua família, seguem abaixo os 10 primeiros passos que devem ser realizados.
1 – Fique tranquilo e procure não entrar em pânico. Em momentos assim é importante manter a calma e a cabeça fria para tomar decisões racionais e não emocionais. Procure manter o seu emocional sob controle.
2 – Verifique o saldo de seu “Fundo de Emergência”, descrito no meu artigo A importância do fundo de emergência.
Caso você tenha um excelente, mas na hipótese de você não o ter, não se desespere!
3 – Comunique a demissão imediatamente à sua família, de uma maneira calma e segura, informando que de agora em diante você vai precisar da ajuda de todos, pois terão que diminuir e cortar temporariamente gastos, até você conseguir um novo emprego. É provável que o item “lazer”, como refeição fora de casa, cinema, etc., serão os primeiros a serem cortados. Evite sair de carro e procure utilizar mais o transporte publico, que é bem mais barato. Não é hora de comprar roupas, trocar utensílios domésticos e nem trocar o automóvel.
4 – Faca uma relação de todas as dividas e empréstimo;
5 – Relacione todas as contas em atraso;
6 – Relacione todos os carnês, compras parceladas no cartão, assim como todos os cheques pré-datados de toda família;
7 – Faça uma estimativa do valor da indenização que você deverá receber na rescisão do contrato de trabalho. Estes valores variam bastantes e dependem de diversos fatores. Caso não consiga, peça ajuda ao Rh da empresa.
8 – Este é o momento de rever a real necessidade de alguns gastos mensais, tais como plano ou pacotes de TV por assinatura, telefonia e internet, conta de luz, água, gás, idas ao supermercado (passe adote uma lista de compras).
Mesmo que você ou sua família achem que logo você conseguirá uma nova colocação, este é o momento de reduzir as despesas ao mínimo, pois desta forma você estará se preparando para o pior. Caso você consiga uma recolocação rapidamente será uma ótima notícia, mas na hipótese de demorar mais do que o previsto, vocês estarão preparados para um cenário mais prolongado de desemprego.
9 – Agora que você já tem o valor total de todos os seus compromissos financeiros (dividas e empréstimo, contas em atraso, carnês, compras parceladas no cartão e cheques pré-datados) e sabe o montante da indenização que você irá receber, você poderá estabelecer prioridades para o pagamento.
Pague primeiro as dívidas que têm juros mais altos ou àquelas que são as mais importantes. Explique sua situação para os credores e negocie descontos.
10 – Não faça saques em seu plano de previdência privada, caso tenha um. Só resgate em caso de extrema necessidade.
Aproveite para colocar a criatividade em prática, pesquisando alternativas ou soluções mais em conta.
A palavra de ordem é negociar.
*Francis Hesse é economista, palestrante e consultor, especialista em planejamento financeiro pessoal, psicologia econômica, com mais de 25 anos de experiência na área.
Foto: luckybusiness l Depositophoto