Por: Francis Hesse
Todos os dias, escuto pessoas comentando ou reclamando que não ganham o suficiente ou ganham pouco. Você também acha que ganha pouco? Este tipo de reclamação é muito comum em qualquer época e aumenta muito em períodos de “vacas magras” como no atual momento que o nosso pais está atravessando.
É certo que em épocas turbulentas como agora, todos devemos conversar com os familiares, estabelecer prioridades e reduzir as despesas o máximo que for possível. Nesta hora ajuda ter em mente que os cortes são necessários neste momento e que eles poderão ser revistos quando a situação melhorar.
Este tipo de comentário deve ser dividido em duas categorias. A primeira categoria seria para pessoas (famílias) que realmente não ganham o suficiente para pagar as contas básicas. Não vou tratar delas agora. A segunda categoria é para pessoas (famílias) que gastam mais do que ganham mensalmente e apesar disto, conseguem manter um padrão razoável de vida. Assim, nesta semana vou falar sobre as pessoas (família) que se encaixam nesta segunda categoria.
Segundo um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao |Credito (SPC), realizados com internautas (com renda maior que dois salários mínimos), ficou identificado que 40% vivem acima do padrão de vida que seria adequado à sua realidade financeira.
Esta pesquisa não levou em consideração as pessoas que ficaram no vermelho ou seja, aquelas que não conseguiram fechar as contas do mês por motivos como: perda de emprego, problemas de saúde ou falecimento na família.
E por que isto acontece?
Na grande maioria dos casos, a pessoa ou a família em algum momento começou a viver acima de seu padrão financeiro e se acostumou com isto.
É muito difícil readequar e “baixar” o padrão de vida ao qual estamos acostumados, mas se isto vem ocorrendo sistematicamente nos últimos meses, não existe outra alternativa a não ser adapatar-se ao novo padrão o mais rápido possível.
Viver acima de nosso padrão financeiro significa custear gastos muitas vezes supérfluos através de endividamento, embora muitas pessoas entendam que esses gastos sejam essenciais.
Manter o mesmo padrão representa consumirmos produtos e serviços agora, com um dinheiro (muito caro) que não dispomos e ficar pagando por vários meses parcelamentos com juros. É pagar muito mais!
Qual a solução então?
Cortar, Cortar e Cortar.
Esta situação tem que ser corrigida imediatamente, pois cada mês a mais em que permanecemos no negativo, mais incerteza e preocupações teremos.
Junte a sua família, explique a situação em que vocês se encontram, estabeleçam prioridades e comecem a reduzir os gastos num primeiro momento, para no máximo 95% da renda liquida mensal da família.
Neste inicio, além da redução, você deve tentar quitar as dividas existentes, o que certamente vai requerer um esforço adicional de todos, mas tenha certeza que apesar de duro e sofrido, vale a pena.
Além de eliminarmos um dos grandes estresses que muitos têm, o financeiro, você não vai mais “depender” da boa vontade da instituição ou de quem te emprestou os recursos.
Liberte-se já! E viva mais tranquilo.
*Francis Hesse é economista, palestrante e consultor, especialista em planejamento financeiro pessoal, psicologia econômica, com mais de 25 anos de experiência na área.
Nossos sonhos só se tornarão realidade se estabelecermos para eles, metas e planos específicos com datas.
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