Por: Sônia Blota Belotti*
Continuo abordando o mesmo tema, baseada nos estudos do Dr. José Roberto Paiva no Centro de Estudos e Pesquisas do Desenvolvimento da Sexualidade sobre comportamento agressivo.
Segundo estes trabalhos, as mulheres que apanham do parceiro têm alguns aspectos psicológicos comuns:
Aceitar a situação.
Muitas vezes, elas até mantêm uma certa cumplicidade com as atitudes agressivas do parceiro. Algumas destas mulheres vem de famílias onde a violência e os castigos físicos faziam parte do cotidiano e é como se fossem obrigadas a repetir estas situações em suas relações atuais.
No momento de escolher um parceiro, ela pode, mesmo não sendo consciente, escolher homens mais agressivos (até já chegou a admirar estas características de braveza nele nos tempos de namoro…).
O namorado brigão era visto como protetor dela e o ciúme exagerado que ele expressava era considerado uma “prova” de amor.
É importante para os pais pensarem um pouco se ao educar as filhas mulheres, não estão formando nelas a idéia que são seres frágeis, que precisam de proteção permanente e que ser corrigidas (mesmo que seja por tapas) pelo pai será benéfico para o futuro!
Pemanescer na situação.
Um fator que observamos como presente na maioria destas mulheres é o medo de não ter condição financeira para se manter ou aos filhos, se saírem da relação. O dinheiro entra aí como fator de controle sobre a mulher.Voltamos a sugerir que os pais pensem se na educação dos filhos não condicionam a liberdade deles pelo dinheiro, ameaçando cortar o apoio financeiro como forma de obter respeito e obediência. Esta atitude pode criar tanta insegurança na filha, que ela pode se sentir incapaz de resolver seus próprios problemas quando adulta.
Manter a situação.
Algumas mulheres se sentem muito frustradas e culpadas por não ter feito o casamento dar certo. Estas foram educadas para cumprir o papel de mulher bem casada e se sentem incapazes de encarar o fato de terem errado na escolha. Para elas, neste caso, falhar é pior que manter uma relação, mesmo que péssima.Costumam esconder de todos que apanham dos parceiros pois têm a esperança que eles mudem com o tempo, mas a situação se arrasta ou se complica e ela não vê saída.
O que pode ser feito?
– “Agüentar o destino” – solução mais irracional e mais comum
– Procurar ajuda na família – na dela e NA dele, porque normalmente os pais do agressor têm alguma influência sobre ele.
– Procurar ajuda profissional – isto pode incluir um médico ou psicólogo, um advogado para uma orientação, um líder religioso, um grupo de apoio comunitário ou as Delegacias da Mulher. Qualquer que seja a escolha, é um passo fundamental para mudar uma situação de vida, na qual a única coisa que a mulher não pode fazer, é ACHAR QUE A VIOLÊNCIA É NORMAL!
* Sônia Blota Belotti é Psicóloga e Psicoterapeuta – CRP 12682-3
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