Atividade Física no Inverno
Por: Prof. Roberto Cesar de Oliveira – CREF 01356*
Para entendermos um pouco melhor sobre a temperatura corporal do ser humano é importante conhecermos este mecanismo que quando alterado não causa alterações metabólicas e que deve ser levado em consideração para qualquer atividade física que formos praticar. Vivemos em um país tropical, onde temos temperaturas elevadas no verão e razoavelmente baixas no inverno, dependendo da região do país.
A título de curiosidade, biologicamente nos diferenciamos em relação à temperatura corporal, entre os animais de sangue quente (homotérmicos) e os de sangue cambiante (poiquilotérmicos).
Os homotérmicos, nos quais nos incluímos, possuem temperatura corporal relativamente independente das temperaturas do meio ambiente e os poiquitérmicos não têm temperatura corporal constante, sendo muito dependentes das variações da temperatura do meio ambiente.
Sabemos que a temperatura corporal do ser humano, em função de constantes processos de combustão produzindo calor, é de 37oC e temos oscilação de temperatura corporal (ritmo circadiano) durante o dia. Entre o mínimo matinal e máximo, que ocorre à tarde, são possíveis diferenças de 0,5 -1,0 ºC, nas mulheres jovens até 1,2 oC, nos homens jovens 1,5 ºC, sendo que as crianças, geralmente é cerca de 0,5 ºC maior que a dos adultos (Weineck, 1991).
Estamos atualmente no inverno e é importante mantermos a temperatura corporal para equilibrarmos as funções químicas e físicas que ocorrem no nosso corpo. A queda de temperatura interna corporal chegando em 28-30ºC, pode causar uma lentidão no metabolismo, que não pode ser mais compensada. (Findeisen / Linke / Pickenhain, 1980). Com atividade física, o movimento de energia aumenta, e a formação de calor também, devido à maior atividade muscular.
O resfriamento da pele, leva a um aumento reflexo do tônus muscular aumentando o calor, sem movimento externo visível. Se a temperatura continua a cair, ocorre os visíveis movimentos rítmicos da musculatura ( tremores de frio), que nada mais é , do que uma forma econômica de formar calor.
Nestas condições, a absorção de oxigênio aumenta em cerca de 5 vezes e perdemos calor na forma de “irradiação”. Portanto, os esportistas têm sua performance prejudicada, quando, em treinamentos, estão sentindo frio.
Contudo procurarei orientar algumas dicas para você realizar a sua atividade física com segurança neste período de temperatura relativamente baixa, principalmente no período da manhã e noite.
⁻ Procure realizar um bom aquecimento antes de iniciar a atividade física principalmente, utilizando-se de exercícios de alongamento (pré-estiramento), e exercícios leves aeróbios que envolvam grandes grupos musculares.
⁻ Utilize um agasalho no caso de sentir frio, de preferência os de algodão, e só retire após o aquecimento. Ele deverá ser recolocado após o término da atividade.
⁻ O uso de agasalhos de plástico, ou tecido emborrachado é totalmente desaconselhável, da mesma forma a prática de se envolver o abdome com plásticos. Não existe nenhuma comprovação científica de que com aumento de suor local, diminuir-se-á a quantidade de gordura. Além de aumentar a temperatura superficial do corpo, impede que o suor evapore de maneira natural, sem dizer de graves complicações metabólicas (intermação) que pode ocorrer devido ao aumento da temperatura.
⁻ O tênis é importante, com o uso de meias de algodão para maior conforto e absorção do suor.
⁻ O uso de capuz ou gorro somente se a temperatura estiver muito baixa, como também o uso de protetor labial.
Um abraço, até a próxima!
* Pós-graduado em Fisiologiado exercício pela Escola Paulista de Medicina e Ciência do Treinamento Desportivo pela UNICAMP.
Autor do livro: Personal Training – Uma Abordagem Metodológica.
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