Por: Cássio dos Reis*
Conhecer os verdadeiros valores que nos impulsionam na busca da felicidade, talvez, seja o grande segredo a ser desvendado. Nesta busca, muitas vezes, nos atropelamos frente à exigência de chegarmos o mais rápido possível ao estado de paz imaginado.
Quando não acontece este desvendar, vemo-nos envolvidos numa dor profunda, a dor da frustração do não realizar.
Não muito raramente, transformamos atitudes aparentemente inocentes em comportamentos com alto grau de destruição, tais como o hábito de fumar (hábito que se transforma no mais severo dos vícios), comer vorazmente, fazer uso das drogas como uma grande fuga da realidade, assim como, a tentativa inglória do autoritarismo que mascara a insegurança. Isso sem falar de hábitos perversos, como ficar horas a fio diante da televisão, engolindo a programação que vier, sem a mínima crítica pessoal, tornando-nos vulneráveis ao direcionamento televisivo, colocando-nos frente a uma exagerada dose de violência e atitudes incorretas maculadoras de conceitos morais e a uma sexualidade perversa e pobre.
A aceitação do que é imposto impede que o filtro do discernimento passe a comandar a ação, acarretando, muitas vezes, conseqüências danosas a todos os membros da família.
A vulnerabilidade se faz absurda, exatamente no comportamento da aceitação sem restrição. Quando termina uma novela, o anúncio da outra já assegura que será imperdível, sem ao menos termos noção do real e possível envolvimento numa história que nem sempre é capaz de criar o menor estímulo, mas que consegue prender defronte da TV aquelas pessoas que, inebriadas com uma historieta sem pé nem cabeça, perdem a chance de atender aos estímulos da família muda, numa seqüência paralisante.
Os valores conquistados não podem perder o entusiasmo e a alegria proporcionados em sua realização. A vida por si só é muito rica, não a deixe empobrecer com excessos desnecessários.
Esteja vigilante. Cuidado todo especial com as decisões pessoais, para que sejam guiadas pelos valores internos e não pela pressão externa que tenta fixar em nós suas necessidades.
Tente enumerar seus principais valores, o que, como exercício de auto-conhecimento, não é uma tarefa tão difícil. Irá se surpreender, experimente!
A dificuldade em tomar qualquer decisão é indício aparente da indefinição sobre seus valores. Os valores pessoais são instituídos, primeiramente, pelos pais, professores, perpetuados pelos amigos nas associações e envolvimentos de toda ordem, inclusive e principalmente, de ordem afetiva.
Daí a importância dos pais, que são ainda os guardiões da mais perfeita escola de formação de pessoas, o serão mais eficientes na medida que viverem a coerência de seus valores e os souberem transmitir aos filhos, sempre ávidos de continuar crescendo e acertando.
Somos, naturalmente, mais motivados a buscar a essência do viver e, de todos os valores dele, o que consegue ser o mais desejado é a compreensão e vivência do AMOR, qualquer que seja sua forma, sem o qual não se consegue a verdadeira FELICIDADE.
Cássio dos Reis
*Cássio dos Reis é psicólogo e psicoterapeuta – CRP 4476-6 com consultório em São Paulo