Por: Isabel Fomm Vasconcellos*
Pesquisadores da Universidade de Pavia, na Itália, descobriram a proteína da paixão. Trata-se de uma proteína da família da neutrofinas que aparece no cérebro dos apaixonados. E denuncia o estado eufórico de quem está no começo da paixão.
É, só começo mesmo, pois a pesquisa italiana mostrou ainda que, um ano depois de iniciada a paixão os níveis dessa proteína caem drasticamente na corrente sanguínea. A pesquisa mostrou também que, em casais que vivem há muito juntos, a tal proteína da paixão mostra níveis normais, ao contrário daqueles recém-apaixonados, que apresentam altas doses dela.
Pois é, minha amiga, a pesquisa dos cientistas italianos só veio comprovar o que, empiricamente, todo mundo já sabe: a paixão é curta, dura um ano, segundo o estudo. Pode virar amor, sim. Mas pode também acabar em pizza.
Mais uma razão para usar a razão mesmo na hora da paixão e entender que ela, em um ano, terá passado. Assim, se você estiver apaixonada e levar um belo pé na bunda (o que acontece com muita freqüência entre as mulheres), pode se consolar dizendo para si mesma que,em um ano, um nequinha de tempo, seu cérebro estará curado dessa doença.
O psiquiatra Dr. José Roberto Franco, em 2001, já dizia, no meu programa de TV, que a paixão era uma doença. Muito antes da pesquisa dos italianos. E o médico vai mais longe: a paixão é uma doença passível de tratamento medicamentoso.
Portanto, se a paixão não correspondida estiver doendo demais para você esperar um ano inteirinho para que passe, não hesite: procure um bom psiquiatra e se trate.
Tratar-se da paixão que faz sofrer é bem melhor do que sair por aí fazendo loucuras, tentando conquistar o cara a qualquer preço, mandando e-mails e músicas pela Internet, perseguindo o coitado quando ele sai do escritório e até mesmo tentando arrumar uma arma para matar o ingrato.
Agora, quando a paixão é correspondida, aí, bom, aí deixa de ser doença: aí é um ano no paraíso! Pra depois, possivelmente, quando os níveis da tal proteína baixarem, a paixão virar um amor daqueles que duram e duram e fazem o cotidiano da gente ser muito melhor.
Pra você ver, minha amiga, que esses conceitos de doença podem variar diante das circunstâncias.
* Isabel Fomm Vasconcellos é apresentadora e produtora do Saúde Feminina (segunda a sexta, meio dia, na Rede Mulher de TV) e autora de vários livros.
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