Por: Cássio dos Reis*
Começando as matérias específicas sobre sexualidade, iniciamos naturalmente os segredos da masturbação.
A palavra masturbação vem do latim, Masturbare (sujar as mãos), daí podemos perceber a enorme conotação negativa que herdamos com relação a isso.
Quase todos os rapazes, em sua puberdade se masturbam, assim como também hoje as meninas o fazem numa intensidade muito grande, em função do maior volume de informações e do melhor conhecimento do próprio corpo. Mas, por muito tempo, masturbação foi uma conduta masculina e poucas mulheres se atreviam a denunciar que se tocavam.
O mais natural é que todos acabem descobrindo o prazer do toque sexual com as próprias mãos, afinal de contas, o desejo começa na puberdade e se consagra na adolescência.
O conhecimento do próprio corpo fica facilitado pela masturbação, pois no relacionamento sexual com o outro é por demais importante que a pessoa possa informar ao outro, de como gosta de ser tocada e, exatamente, onde sente mais prazer.
A masturbação é um direito adquirido, tanto homens quanto mulheres tem a grande oportunidade de assim, concentrarem-se na própria sexualidade, tornando-a mais rica e prazerosa.
A culpa ainda ronda a liberdade do toque masturbatório, pois, por muito tempo, a masturbação foi a grande vilã da sexualidade, afinal, de contas este prazer não era lícito. A máxima de que todo prazer deveria ser espiritual, tornou a masturbação absolutamente proibida…as religiões foram suas grandes defensoras.
A grande maioria das mulheres, conseguem o orgasmo pela masturbação, o que nem sempre acontece no relacionamento com o parceiro, entre outros motivos, pela facilidade de encontrar o toque perfeito, a liberdade do desempenho e não compromisso com o tempo.
Por este mesmo motivo a intensidade do orgasmo sentido pela masturbação costuma ser mais intenso, isso não quer dizer que seja mais satisfatório, o orgasmo sentido no relacionamento tem o outro como aquele que autoriza e testemunha o pleno prazer.
A satisfação masturbatória prepara e enriquece o relacionamento sexual com o parceiro.
A conquista do prazer sexual e o domínio do desejo não necessita de subterfúgios como ducha fria ou mudança no curso do pensamento, mas da busca da realização pessoal mesmo que seja no aprendizado do toque, o conhecimento sobre a própria sexualidade e sobre o próprio corpo possibilitará uma sexualidade plena no relacionamento com o parceiro.
*Cássio dos Reis é psicólogo e psicoterapeuta – CRP 4476-6 com consultório em São Paulo