Inventada pelo químico Carl Djerassi, falecido no inicio do ano, a pílula anticoncepcional começou a ser comercializado nos Estados Unidos em agosto de 1960. A Enovid-10 provocou uma revolução no comportamento sexual do mundo ocidental. Com ela as mulheres passaram a ter controle sobre sua vida reprodutiva, dando-lhe o direito de escolher quando ser mãe, rompendo a barreira entre a vida sexual feminina e a reprodução. É um método barato, eficiente e que a mulher pode tomar sem ninguém saber.
É o método contraceptivo mais utilizado pelas mulheres, a pílula anticoncepcional tem taxa de eficácia em torno de 99% na prevenção da gravidez. Em algumas situações pode ter efeito benéfico ao amenizar a cólica menstrual ,diminuir o excesso de menstruação ou na TPM (tensão pré-menstrual), cistos no ovário, entre outros sintomas. Muito estudada e considerada uma droga segura e em uso há muitas décadas, existem, contudo, contraindicações e possíveis efeitos colaterais relacionados ao uso do anticoncepcional quando feito sem orientação médica.
Para Luiz Fernando Leite, médico ginecologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, da capital paulista, é fundamental consultar um especialista para descartar qualquer risco frente ao uso de anticoncepcionais. “Antes de começar o tratamento com pílulas, visitar um médico é importantíssimo, independente da idade da paciente. Talvez seja necessário realizar exames laboratoriais devido às contraindicações relativas ao uso de contraceptivos, sejam eles orais, injetáveis, adesivo ou até anéis vaginais. Ideia de prevenção, não fazer a automedicação”.
Há mulheres que se sentem bem usando a pílula anticoncepcional, já outras sofrem com as reações do organismo e os seus efeitos colaterais. Sendo assim, o Dr. Leite recomenda que a escolha do remédio deve ser muito pessoal, levando em conta hábitos e histórico de saúde.
As pílulas anticoncepcionais podem conter na sua composição estrogênio e progesterona juntos – que são as chamadas pílulas combinadas – ou apenas progesterona. “A mulher deve escolher o contraceptivo junto com o ginecologista, pois somente ele pode indicar uma pílula que tenha menos efeitos colaterais, com menor taxa de hormônios”, explica dr. Luiz Fernando Leite.
Dentre os efeitos colaterais conhecidos das pílulas anticoncepcionais, o Dr. Leite alerta que, “em algumas pacientes o medicamento pode provocar reações como enjoo, vômito, dor de cabeça, tontura, cansaço, ganho de peso, acne, cloasma (mancha escura na face), mudança de humor, diminuição da libido ou varizes, e até alterações mais graves como trombose e tromboembolia pulmonar”.
Algumas mulheres se queixam que engordaram com o uso da pílula. O Dr. Leite esclarece que, “em alguns casos ela pode ser responsável pelo aumento do peso por causa do estrogênio e a progesterona pode induzir a retenção de líquido, deixando a mulher mais inchada”.
Ao iniciar a pílula anticoncepcional algumas mulheres notam um sangramento de escape (mais comum durante a primeira cartela do remédio). As pílulas com doses baixas de estrogênio tendem a causar esse sangramento com mais frequência, porém tem efeitos colaterais menores que as pílulas de alta dose (progesterona). Mas o sangramento tende a diminuir e desaparecer com o tempo.
Para evitar esses tipos de complicações é importante escolher a pílula certa, de acordo com dr. Leite. “As pílulas anticoncepcionais também podem ser contraindicadas e perderem a ação ou ter sua eficácia diminuída quando consumidas junto com outros medicamentos, como alguns antibióticos, anti-inflamatórios, e anticonvulsionantes.”
Não são todas as mulheres que podem optar por esse método. Quem tem histórico prévio de câncer de mama, trombose venosa profunda, hipertensão arterial não controlada ou com doença vascular, doença cardíaca isquêmica, acidente vascular cerebral (derrame), diabetes descontrolado, por exemplo, tem o uso da pílula contraindicado. Já mulheres tabagistas e acima de 40 anos, devem consultar um especialista antes de optar pelo método anticoncepcional.
Antes de iniciar o uso ou mudar de pílula anticoncepcional, siga a recomendação do Dr. Leite e procure orientação médica.